Nas Obras Completas (1990) do Pe. José de Anchieta: encontramos uma Breve Informação do Brasil – 1584.
Os primeiros portugueses que vieram ao Brasil foram Pedro Álvares Cabral com alguma gente em uma nau que ia para índia Oriental no ano de 1500 e aportou em Porto Seguro, ao qual pôs este nome porque achou o porto que se diz Santa Cruz muito seguro e bom para as naus. E toda a província ao princípio se chamava Santa Cruz; depois prevaleceu o nome de Brasil por causa do pau que nela há que serve para tintas1.
Nas descrições de Anchieta há alusão aos gentios de índios que viviam na costa, “nações de bárbaros de diversíssimas línguas a que estes índios chamavam de tupi”. Mas, o evangelizador da Companhia de Jesus estava ciente de que se tratava de uma travessia onde se confundiam os interesses temporais da Coroa com os interesses religiosos de seus correligionários, assim aponta dados históricos de relevância e afirma, por exemplo, que em 1549, veio de Portugal ao Brasil Tomé de Souza, o primeiro Governador do Brasil, homem religioso e devoto da Companhia de Jesus, no tempo em que esta terra estava cheia de mato e de índios.
A prudência do primeiro Governador fez com que se mantivesse a Paz com os nativos. No ano de 1553, arribou o segundo Governador Dom Duarte da Costa, no seu tempo houve o levantamento de algumas aldeias, às quais, este deu a guerra, pacificando os nativos com os quais edificou igrejas. A chegada em 28 de dezembro de 1557 de Mem de Sá é um episódio de particular importância no relato do jesuíta, pois este “segurou o Brasil”, expressão usada para falar do rigor com que tratou os índios que tentaram se sublevar ao poder dos portugueses, Mem de Sá edificou igrejas e aumentou a conversão entre os gentios.
Entre os anos 1554 e 1575, os Tupinambá, uma raça guerreira e destemida que vivia sob os princípios de suas crenças, estabelecendo a partir delas um sistema de organização social travou contra os portugueses uma guerra sem precedentes no litoral, lugar de entrada dos europeus e o território dos indígenas por excelência.
Men de Sá, amigo incondicional dos jesuítas como mencionamos anteriormente, abateu em 1560, o reduto de Nicolau Durand de Villegagnon – cavalheiro de Malta e Vice-almirante da Bretanha, que havia renegado o catolicismo pelo calvinismo, desfraldando sobre as Ilhas de Guanabara, Rio de Janeiro, a bandeira da França Antártica. Desde 1559, este temido líder se ausentou do Brasil, deixando em seu lugar seu sobrinho, Bois –le – Conte. A batalha pela posse desse forte teve lugar por terra e por mar e foi comandada pelo capitão Bartholomeu de Vasconcellos, nos dias 15 e 16 de março de 1560. A frota lusitana contou com o derradeiro apoio dos jesuítas que trouxeram para o combate aliados Tupiniquim e mamelucos com o fim de ajudar nesta afronta contra os inimigos de raça e religião. Apesar de estar quase vencidos, portugueses e aliados se depararam com uma surpresa ao ver incrementado seu exercito repentinamente, o que fez com que franceses e Tupinambá recuassem e fugissem como o reconhece Nóbrega e Anchieta em cartas do 1º de junho de 1560. Mas, o assalto ao forte Coligny não apaziguou a rebeldia Tupinambá.
1 A afirmação de Anchieta a respeito da embarcação de Pedro Álvares Cabral não corresponde à complexa empresa e ao acontecimento em si. Tratava-se de uma esquadra de 13 velas e de mais de 1.200 tripulantes e viajantes advindos de Portugal.
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