Ilha abriga importante sítio arqueológico; pesquisas começaram na década de 90
Ubatuba - Ubatuba é mesmo uma terra que guarda grandes e intrigantes descobertas... A Ilha do Mar Virado é um desses lugares que são misteriosos até no nome. Além de selvagem e exótica, a Ilha do Mar Virado é um importante sítio arqueológico que vem sendo pesquisado por técnicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP desde o início da década de 90. Já foram encontrados mais de 80 esqueletos humanos e 216 artefatos, entre utensílios e ferramentas.
Segundo as pesquisas, coordenadas pela arqueóloga Dorath Uchôa, esse grupo de pessoas viveu na Ilha por volta de 1.500 a.C. a 550 d.C. Era um grupo de cerca de 350 pessoas, entre homens, mulheres e crianças. A vida deles era bem rústica, utilizavam-se de uma tecnologia simples, composta por ferramentas de pedras e conchas.
A ilha proporcionava boas condições de sobrevivência, comida em abundância e água doce. Resíduos encontrados mostram que sua alimentação era à base de peixes, moluscos, pequenas caças terrestres, tubérculos, raízes e frutas encontradas na mata. Por essa razão, foram denominados “coletores-pescadores da pré-história”.
O grupo não conhecia a cerâmica ou a escrita, mas já expressava algum tipo de espiritualidade, uma vez que seus mortos eram enterrados em um ritual e levavam consigo seus pertences e enfeites. Dorath conta que os corpos eram colocados em posição fetal, pintados com tinta ocre, com a cabeça mais elevada, em cima das cinzas de uma fogueira que ardia durante o ritual de sepultamento. O corpo era cercado de grandes blocos de pedra. “Tudo indica que eles acreditavam na vida após a morte, porque eles tinham uma grande consideração. Os indícios mostram que eles procuravam manter a alma de seus entes queridos por perto”.
Estudos - Os estudos que permitem tais descobertas são feitos por grupos de alunos doutorandos e pós-graduandos em arqueologia. Eles são formados em áreas diversas, como: geografia, antropologia e odontologia. Existe um convênio entre a Prefeitura Municipal de Ubatuba e a Universidade de São Paulo. Uma exposição com as peças encontradas está sendo programada para o mês de aniversário da cidade, em outubro.
De acordo com o convênio, os resultados dos trabalhos de campo são revertidos em exposições temporárias e palestras sobre o patrimônio arqueológico e ambiental. A arqueóloga Dorath Uchôa, já desenvolveu pesquisas nos bairros do Tenório e Itaguá. (Fonte: PMU)
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