sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

UBATUBA - A HISTORIA DO TRANSPORTE VIA AEREO EM UBATUBA

Imagem de arquivo/ilustrativa




Ainda no ano 1967, um exemplo de visão na exploração do turismo no município, foi o crédito da VASP – Aviação Aérea de São Paulo, que servia a cidade de Ubatuba, com uma linha aérea semanalmente, trazendo de longe aqueles visitantes à Ubatuba.

Vale lembrar, que antes mesmo dos anos 60, um tráfego aéreo trazia visitantes e turistas dispostos a uma aventura de travessia do planalto, sobre a crista da serra do mar. Em um curto tempo de viagem, em uma linha reta de 160 quilômetros, pequenos aviões, modelos como os chamados “Stinson”, para 3 passageiros, cruzavam os céus, desde São Paulo até Ubatuba, em uma viagem de aproximadamente 50 minutos. 




Eram serviços aéreos regulares feitos pela empresa “VALPAR” – uma companhia paulista de aviação que transportavam passageiros para Ubatuba e cidades do Vale do Paraíba. Outra empresa aérea também fazia o transporte de passageiros de São Paulo à Ubatuba, chamava-se “Star”, uma companhia de táxis - aéreos, que costumava cobrar pelo tempo de vôo.

Naquele tempo, dos anos 50, para a época, Ubatuba dispunha de um ótimo campo de pouso construído pelo Governo do Estado. Ainda não existia o campo de aviação “Gastão Madeira”, mas neste mesmo espaço existia uma pista que proporcionava, quando necessário à aterrissagem de grandes aviões que faziam a rota Rio de Janeiro a São Paulo. Isso porque a cidade de Ubatuba se encontrava bem na linha da rota, caminho entre as duas capitais e que contava com um rádio-telegráfico.

Na década de trinta, o primeiro espaço que servia como campo de aviação é o mesmo local e a mesma posição do atual aeroporto municipal “Gastão Madeira”. Com uma extensão de apenas 400 metros e uma pista de grama, servia para o pouso dos famosos “Paulistinhas”. No final dos anos 40, a posição do campo era no sentido de extensão entre a Avenida Iperoig e o mar, iniciando na Barra da Lagoa , sentido para o Cruzeiro. Uma posição que oferecia perigo e grandes riscos aos pilotos que deviam desviar dos obstáculos naturais como amendoeiras e a Estação Meteorológica que ali existia e acabavam encontrando as águas do mar.

Em 1949 foi o ano em que o Governo do Estado resolveu construir um aeroporto de proporção maior que pudesse atender a emergências de aviões de grande porte. A posição voltou a ser a original e atual, chegando a uma extensão de 600 metros de comprimento, com uma largura de 15 metros. Muitos caminhões de aterros foram necessários para cobrir toda essa extensão, de metros cúbicos de terra, saibro e barro transportados em caçambas de caminhões, em um ritmo que, durou três para estar finalizada a obra, meses de muito movimento na cidade. Todo o aterro foi muito bem compactado e gramado. O serviço teve a supervisão de um oficial da aeronáutica.
Nos anos 60, mais especificamente em 1968, mais uma vez o aeroporto de Ubatuba, passou por reformas, atendendo às normas da aeronáutica em segurança foi determinada a ampliação de sua extensão e, principalmente, a construção de uma pista com pavimentação asfáltica.

Uma recente modernização e ampliação do aeroporto Gastão Madeira foi iniciada no ano de 2004. As pistas que tinham 940 metros, passaram a ter 1200 metros, com reforços na pavimentação da pista e do pátio, com sinalização na horizontal e na vertical em toda sua extensão. Com isso, haverá condições ideais para receber um número maior de passageiros e tripulação e haverá um novo terminal para a sua recepção no embarque e desembarque dos mesmos.

A denominação dada ao campo de aviação de “Gastão Madeira” foi uma homenagem prestada a Gastão Galhardo Madeira, que saiu com sua família de Ubatuba aos dois anos de idade, passando a morar em algumas cidades próximas da região como em São Luiz do Paraitinga, Guaratinguetá, Caçapava, para fixar finalmente residência na capital de São Paulo, aos 12 anos de idade. Estudou, demonstrando precoce interesse pelo vôo das aves, observando-as a fim de entender e aprender suas leis e assim poder usá-las em uma possível experiência. Esta dedicação o levou a realizar pesquisas científicas, mais tarde publicadas no jornal “Província de São Paulo” e no “Correio Paulistano”. Um de seus artigos “O princípio do vôo dos pássaros”, traz inúmeras ilustrações do trabalho de campo e de observação. Gastão Madeira diplomou-se ainda na Faculdade de Direito de São Paulo no ano de 1892, exercendo a profissão nos auditórios da capital.

Finalmente, foi reconhecido, no ano de 1927, como o pioneiro da aviação mundial, levando o seu nome a figurar ao lado de Santos Dumont e de Batolomeu de Gusmão. Mesmo assim, Gastão Madeira foi muitas vezes injustiçado, pois na luta para realizar seu invento, a os desafios eram constantes, por falta de recursos financeiros e principalmente a descrença daquela época. Sua invenção abrangia a solução de três problemas da aeronavegação, que era a do planador, do dirigível e do aeroplano.


TEXTO DO LIVRO " UBATUBA , ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA "editado em 2005 , pelos escritores Jorge O. Fonseca e Juan Drouguett.


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