Cerca de 10 mil pessoas ficaram sem ônibus ontem em Ubatuba devido a uma greve no transporte público coletivo. A paralisação, que durou 13 horas, foi deflagrada em razão de um impasse nas negociações sobre o reajuste salarial da categoria com a empresa operadora do serviço, a Viação Cidade de Ubatuba.
Usuários chegaram a esperar até duas horas nos pontos pelos veículos que conseguiram deixar a garagem. Segundo o sindicato da categoria, pela manhã, somente três ônibus circularam e, à tarde, 12.
A paralisação começou de madrugada, ainda na garagem da empresa, às 4h, e terminou às 17h.
Segundo o Sttruca (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviário, Urbano, Cargas e Anexo do Litoral), caso a empresa não convoque uma reunião de negociação, nova greve deverá ser deflagrada nos próximos dias.
A paralisação de ontem teve início após uma assembléia realizada na porta da empresa durante a madrugada.
Segundo o presidente do sindicato, Francisco Israel, por volta das 4h, os grevistas esvaziaram os pneus de cerca de 27 ônibus da empresa, impedindo a saída deles do terminal urbano.
Muita gente ficou sem ir ao trabalho ou à escola. "Meu filho perdeu as aulas", disse Jacira Pereira Alves da Silva (leia texto nesta página).
Logo após impedirem a saída dos coletivos, os grevistas se dividiram. Uma parte deles ficou em frente ao terminal rodoviário urbano impedindo a circulação dos ônibus. Outra parte permaneceu na praça 13 de Maio, no centro da cidade.
A Polícia Militar foi acionada para garantir a tranquilidade. Cinco viaturas e mais de 20 policiais se deslocaram para o terminal. Durante a tarde, alguns ônibus chegaram a ser escoltados pela PM para conseguirem circular.
Os grevistas utilizaram um carro de som da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e faixas para informarem à população os motivos da paralisação.
NEGOCIAÇÃO - O presidente do sindicato disse que a Viação Cidade de Ubatuba não tem mostrado interesse em abrir negociações com o sindicato.
Entre as reivindicações da categoria estão aumento salarial de 5,6%, aumento no valor do vale-refeição de R$ 50 para R$ 70, pagamento em dobro das horas de folga trabalhadas e o fim das demissões dos antigos trabalhadores da Costa Mar Transportes, empresa que administrava o transporte local.
O advogado da Viação Cidade de Ubatuba, Adriano Rico Cabral, limitou-se a informar que a empresa tem oferecido aos sindicato os mesmos índices concedidos pela empresa PraiaMar Transportes de Caraguatatuba.
O sindicato informou que em Caraguá a empresa atendeu a todas as reivindicações feitas pela categoria.
A maioria dos usuários do transporte coletivo de Ubatuba ficou surpresa com a greve. Há cerca de 15 anos não havia qualquer paralisação no transporte público da cidade.
"Eu tive que faltar ao trabalho porque não tenho como ir a pé", disse José Benedito dos Santos, 49 anos. Ele trabalha na manutenção de um prédio localizado na região sul de Ubatuba.
Ubirajara Januário, 41 anos, funcionário de um mercado no bairro do Lázaro, também na região sul, também não pode ir trabalhar ontem. Ele disse que com a greve as opções seriam as lotações ou a empresa Litôranea.
A dona-de-casa Jacira Pereira Alves Ramos, 44 anos, aproveitou para reclamar da falta de cobradores nos ônibus da empresa. "Sem cobrador, a viagem demora muito mais, porque o motorista perde muito tempo para cobrar a passagem", disse.
A prefeitura informou que nada poderia fazer para oferecer alternativas de transporte aos moradores. A maioria dos servidores públicos não foi prejudicada pela greve. A prefeitura tem um ônibus exclusivo para o transporte. (Fonte: ValeParaibano)
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Quarta-feira, 11 de agosto de 2004 - Nº 1095 |
(Fonte: ValeParaibano)
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