terça-feira, 2 de novembro de 2010

UBATUBA 2004....Carnaval 2004 não deixa saudades para ninguém




Esquina da rua Maranhão, uma das várias destruídas

E rolaram quase que incessantemente em todo o país e em Ubatuba também. Mas, nem por isso os carnavalescos desanimaram e, com ou sem chuva, todos comemoraram da melhor maneira possível.
Sexta-feira, 20, todos os foliões ansiosos foram para o Perequê-Açu para a abertura do Carnaval 2004. Reuniram-se aproximadamente 1000 pessoas para foliarem no tradicional ‘Galo da Meia-Noite’, todos concentrados no espaço do Jija Auto Posto, onde a folia começou cedo. E lá foi o Galo dando os prenúncios do Carnaval; ao chegar na avenida foi recepcionado por público já desanimado se não fosse pelo Galo. 







Pois os turistas que procuraram a cidade litorânea estavam um tanto perdidos, ninguém sabia dar informação do que ia ou não acontecer. Nem mesmo os enfeites de carnaval que os outros anos davam ares a avenida não existiram. Os que insistiram em ficar por aqui puderam ser contemplados pela banda Criativa, que cantou na Avenida madrugada adentro os quatro dias de carnaval, reunindo cerca de 15 mil pessoas. Sábado e segunda-feira foi a vez dos pequenos foliões no Tubão que se divertiram a valer. Ainda nestes dias, foi a vez do também tradicional bloco da Caxorrada, onde os homens se vestem de mulher e vice-versa, usando o melhor da criatividade e fetiches.


No coreto da praça, nos dias de domingo e terça-feira, a “Ubatubanda” tocou com marchinhas com a participação do bloco ‘Recordar é Viver’.
Domingo, aos arredores da Cadeia Velha, a trupe do Pirão Geral foliou com marchinhas inovadoras, mas não conseguiu sair pela cidade como previsto devido a tanta água e o boi não contente levou todo o bloco para foliar na terça-feira no Coreto de São Luis do Paraitinga, com chuva e tudo, levando o nome de Ubatuba com muito orgulho.






Quanto aos blocos Boi Chorão e Água Doce e os carnavalescos do Ipiranguinha, não tivemos notícias se conseguiram foliar debaixo de tanta chuva.
No domingo, um protesto. Alguns representantes de diferentes blocos e escolas de samba fizeram um caixão que simbolizava a morte do carnaval, no manto sobre o caixão trazia uma cruz ‘1980-2004’. Desfilaram com o caixão por toda a avenida e não tinha um confete sequer; pararam em frente a Secretaria de Turismo e Câmara Municipal e então enterraram o carnaval, com a esperança de que no próximo ano ele reencarne com uma identidade, seja com as escolas de sambas que antes faziam tanto sucesso, seja com o carnaval de 12 dias com trios elétricos, seja somente com blocos caracterizando a cidade como tal e recebendo incentivo das autoridades ou que seja definitivamente extinto do município, mas que tenha uma característica própria, onde todos falem a mesma língua, como em Natal-RN, por exemplo.
Lá tem carnaval somente em dezembro e no carnaval vendem-se pacotes incluindo as noites carnavalescas na cidade vizinha. Enfim, que tenha uma característica para que as pessoas saibam dar uma informação precisa dos acontecimentos, ou a ausência deles. E que o nosso carnaval não seja uma marchinha de lamúrias e desrespeito ao nosso turista que se sentiu perdido e sem opção. Quem procurou tranqüilidade não teve, quem procurou carnaval... Talvez procure o ano que vem em outro lugar.


FONTE :  JORNAL A SEMANA


Ubatuba, 27 de fevereiro de 2004 - Edição nº 277 - Ano V



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