terça-feira, 9 de novembro de 2010

UBATUBA 2001...A pista ficou pequena para avião

                  




Nesta terça-feira, por volta das 17h, o avião prefixo PT-IAY de Bauru/SP, pilotado por Luiz Ricardo Coppini, 33anos, piloto há quase 19, acompanhado por Luiz Eduardo Arena Auvarez e seu irmão, ao tentar aterrissar no aeroporto Gastão Madeira, acabou não conseguindo parar e colidiu com a cerca no final da pista. O avião que tinha saído de Bauru no mesmo dia, após passar o dia em Angra dos Reis/RJ voltava para Bauru, quando tentou parar para abastecer, já que a aeronave não tinha mais do que 70 litros de combustível, o que obrigava a um pouso em Ubatuba e depois seguiriam viagem para São Paulo, onde o irmão do proprietário do avião ficaria e voltariam para Bauru ainda no mesmo dia. 

Segundo o piloto, ao descer com a aeronave, sentiu uma forte rajada de vento na cauda do avião, o que acabou tirando-o de seu curso. A princípio, o piloto pensou em arremeter (subir novamente) mas com o vento na cauda e a pouca velocidade, poderia não conseguir e causar um acidente de danos muito maiores. A opção foi frear e tentar parar antes do fim da pista, mas com o vento forte não foi possível. O avião deixou uma marca de mais de 50 metros na pista e ainda andou mais uns 50 metros de grama antes de colidir na cerca dos fundos do aeroporto, na avenida Rio Grande do Sul, só vindo a parar porque há uma valeta depois da cerca. Se não houvesse a valeta, o avião poderia ir parar no meio da avenida. 
O piloto, que pousava pela primeira vez em Ubatuba, não foi informado pela torre que deveria descer no sentido contrário ao que tentou, ou melhor, da serra para o mar. Em dias normais, a grande maioria dos aviões que aterrissam no aeroporto local descem da serra para o mar e não do mar para a serra. O que aconteceu foi que, com o vento na cauda, o avião ganhou velocidade o que acabou obrigando o piloto a usar mais pista. Talvez a causa principal do acidente tenha sido a falta de comunicação exata entre a torre e o piloto, informando-o que deveria descer sentido mar e não serra.
Um dos maiores perigos foi um pequeno vazamento de combustível do avião após o acidente. A Polícia Militar e a Guarda Municipal preservaram o local, a princípio pelo vazamento e esperando a perícia, que foi dispensada pois não havia danos pessoais. Segundo contato telefônico, o avião foi liberado e já poderia ser removido, o que ocorreu só no dia seguinte. 
A aeronave, avaliada em 50 mil dólares, não sofreu grandes danos, mas teve que ser desmontada e colocada em um caminhão que a levou para uma oficina especializada, onde os reparos serão feitos.
Informações não oficiais dizem que esta operação toda deverá custar por volta de 15 mil dólares. 
Testemunhas que viram o acidente contaram que o avião, após tocar a pista, começou a rabear para todos os lados fazendo um zig-zag, tentando parar. “Mas só parou na cerca. Foi um grande susto. Achei que o avião só iria para no meio da rua”, disse uma delas.
Nosso aeroporto, que tem um desnível muito grande no meio da pista e há anos aguarda verbas para ser reformado, pelo visto vai continuar a fazer vítimas até que nossas autoridades o equipem e façam uma reforma. 
Os pilotos que já estão acostumados a pousar em nossa cidade já avisam os passageiros: “Não se assustem, mas dá um tranco no meio da aterrissagem.

FONTE JORNAL A SEMANA
Publicação Semanal - Edição 145 - Ubatuba, 18 de Agosto de 2001




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