terça-feira, 30 de novembro de 2010

Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos e diferentes

Texto de  EZEQUIEL DOS SANTOS  - do Jornal Maranduba -01/06/2010
Amada por moradores tradicionais
e visitantes, o bairro
da Tabatinga e a praia das
Galhetas se formaram através
das atividades de pesca,
do cultivo de bananas, mandiocas,
madeiras e canas que
abasteciam as fazendas da
região, tanto da Tabatinga,
quanto da Lagoa e por vezes
a da Caçandoca. Suas ruínas
são a provas deste épico período.
No cruzamento das estradas
das Galhetas e da Ponta
Aguda existem, dos dois
lados, vestígios do que seria
um armazém ainda do século
XIV, é possível ver as pilastras
que tinham uma particularidade,
eram rebocadas, novidades
para a época, existem ainda
o que sobrou de um duto
e uma caixa para captação de
água.



 Infelizmente quando
começou o “boom” da construção,
muitas destas ruínas
foram destruídas ou suas bases
estão sobre casas, que a
utilizaram como plataforma.
Os primeiros moradores de
que se têm notícias são os
“Barra Seca”. Estudos apontam
que eles vieram provavelmente
da região da Vila de
Santo Antonio (Fazenda dos
Ingleses) pela trilha que ladeava
as praias. Junto a eles
vieram outros moradores. Alguns
pararam no Sertão da
Maranduba, Praia Grande do
Bonete e Corcovado.
Em 1967, pescadores da
Tabatinga e redondezas colaboraram
com as autoridades
no resgate de pessoas que sofreram
com a Catástrofe da
época. Muitos lembram que a
tarde se transformou em noite
e uma nuvem negra havia
passado pela Tabatinga rumo
a Caraguatatuba. Sabendo do
que poderia acontecer, se prepararam
e na ida a Caraguá,

já no Massaguaçu viam corpos
misturados a galhos e paus e
restos de casas boiando no mar.
A cena chocou os pescadores,
mas graças a eles e de outros
heróis tudo foi restabelecido.
Tudo documentado no DVD
Caraguá – Da Catástrofe ao Progresso
(Litoral Virtual – 2009).
Por não haver estradas, os
caminhos a beira mar e os
que adentram os sertões eram
constantemente utilizados, alguns
destes hoje viraram ruas
ou avenidas. Uns acham que
a Tabatinga é dois bairros ou
um bairro divido em dois, não
importa. O que sabemos é que
por muito tempo os dois lados
(o de Ubatuba, quanto o de
Caraguatatuba) formavam um
único território e que o rio não
fazia distinção geográfica ou
política, ao contrario, era o rio
e a praia quem mantinha os
laços familiares unidos, já que
toda atividade exercida passava
pelos dois. O rio no passado
já se chamou Rio Paraguai,
hoje Tabatinga.
Os moradores
viviam da
subsistência,
tirando da terra
e do mar seus
alimentos.
A colonização do lugar foi
acelerada pelo aterro do mangue
e dos caxetais ainda no
período da construção da rodovia
federal. Antes não passava
de um lugar muito pacato,
com meia dúzias de pequenas

casas de pau-a-pique. Os moradores
viviam da subsistência,
tirando da terra e do mar
seus alimentos. A colonização
trata-se do Projeto Turis, que
começou no governo Castelo
Branco. Negociações de projetos
que pretendia povoar
o litoral paulista construindo
uma rodovia que fosse de
Santos ao Rio de Janeiro com
núcleos de habitantes como
os bulevares franceses. Só
não perceberam o numero de
moradores nativos no local, o
que causou conflitos, disputas
de terras e perda de parte da
cultura caiçara.
Dos projetos originais, alguns
prosperaram, muitos sofreram
mudanças, e um deles foi o
do condomínio de alto padrão
que se encontra a beira mar
na Praia da Tabatinga. De características
totalmente diferentes,
a praia da Tabatinga
e das Galhetas formam um
único complexo, a primeira
para acomodar os ranchos de
pesca, os quiosques, as conversas
a beira mar, a pesca
de arrasto, as festividades, as
descidas e subidas de barcos e
lanchas, os banhos de água e
sol. A outra como serve como
abrigo, pesca de vara, descanso,
relax, banhos calmos,
contemplação, observação e
até um cochilo. Serviu como
embarque e desembarque de
mercadorias e escravos. Hoje
as Galhetas, primeira praia de
Ubatuba e a Tabatinga, primeira
de Caraguatatuba, são
as divisas geográficas e políticas
dos dois municípios. Os
acessos são geralmente por
estradas. (continua...

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