terça-feira, 26 de outubro de 2010

UM POUCO SOBRE AS ANTIGAS FAZENDAS EM UBATUBA


Ruinas do que foi um dia a promissora Fazenda da Lagoinha -Ubatuba



Tudo o que se sabe e se diz com referencia aos dias de progressos que Ubatuba voltou a usufruir no decorrer do primeiro Império até os primórdios da República, é que ele se deveu ao movimento do porto, que apresentava maior índice de importação e exportação e do qual se serviam o denominado Norte de São Paulo – hoje Vale do Paraíba e Sul de Minas Gerais.
Consequentemente este progressos dependia do bom estado da estrada que nos ligava aquelas regiões.
Procurando manter, senão perfeito, pelo menos em regular condição de tráfego para Serra –Acima, o movimento do porto tomou novo incremento e a cidade e o município passaram a reagir. As fazendas situadas ao longo da costa, quase que abandonadas de todo, passaram a produzir; o comércio reativou e o progresso retornou a estas paragens.



Entre as inúmeras fazendas instaladas ao longo da costa ubatubense , podemos citar a do Ubatumirim, que pertenceu ao único nobre ubatubense , o Barão de Araújo Ferraz, o qual deixou numerosa descendência e fez suas filhas estudarem em escolas parienses.


FAZENDA DA LAGOINHA...

Aquelas ruínas, localizadas no atual bairro da Lagoinha, provem da fazenda do capitão Romualdo, homem bastante abastado e empreendedor, que , alem de possuir vasta cultura de café e cana de açúcar, fazia funcionar seus engenhos, com o que fabricava aguardente e açúcar mascavo, produtos que embarcava para o estrangeiro.
Com espírito progressista o capitão Romualdo, planejou exportar a aguardente devidamente embalada, necessitando porém de vasilhame apropriado.
Foi quando deu início à construção de uma fabrica de garrafas, nas proximidades da praia, que não conseguiu concluir, e cujos pilares ainda permanecem em pé, eretos atestando o espírito progressista e empreendedor dos antigos ubatubenses.
Não foi feliz, porem o cap. Romualdo. Sua esposa, Dona Mariana, enlouqueceu, dissipou e fez dissipar-se toda a fortuna de seu marido.
Nos seus desvarios, a que foi levada por ciúme mórbido, escorraçava os escravos de seus misteres (trabalho), paralisando as atividades da fazenda por prolongado tempo, justamente nos momentos mais precisos; inutiliza as colheitas nas tulhas abarrotadas, incendiava canaviais inteiros e fugiu muitas vezes , levando e esbanjando, tanto possível, vultosos valores do marido.

FAZENDA LAGOA

Nas proximidades da Caçandoca, podemos encontrar vestígios da fazenda lagoa, dos Antunes de Sá ( possivelmente descendentes dos Sá (que aqui chegaram com os primeiros colonizadores).
Parte dessa fazenda foi legada aos escravos e, ainda hoje, encontramos lá muitos Antunes de Sá mesclados na população caiçara.

OUTRAS ANTIGAS FAZENDAS UBATUBENSES...

No atual bairro da Marafunda ainda perduram as ruínas da fazenda Bonsucesso Galhardo; no Perequê Açu, existia até alguns anos atrás o Sobradão dos Camilher; no caminho do Itamambuca, podemos ver os grandes paredões do que foi o solar da fazenda Cazanga; e , lá no Corcovado, envoltas lendas, sobram vestígios das fazendas dos Coelho e dos Lamoza.

Importante ainda, foi a fazenda da Picinguaba, localizada no bairro do mesmo nome. Esta fazenda denominada Centro Agrícola da Picinguaba, foi a praça em 1893 por ter sido penhorada pelo Banco Hipotecário do Brasil à viúva e herdeiros do finado Firmino Joaquim Ferreira da Veiga. Não havendo licitantes, passou ao domínio do Banco, que muitos anos depois transferiu para um particular.Hoje esta fazenda pertence ao Ministério da Marinha, por doação da Caixa Econômica do Estado de São Paulo.
Outras ainda : a da Maranduba, da Jundiaquara, do Monte-Valério, do Bonançoso, da Ressaca e a Fazenda Velha, esta talvez a única remanescente, onde até a pouco tempo se fabricava a caninha Ubatubana, mas que também já está se fragmentando na voragens dos loteamentos.
Na cidade ergueram-se sobrados que atestavam os recursos e a vaidade dos argentários da terra.

FONTE : LIVRO " UBATUBA DOCUMENTÁRIO "

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