quinta-feira, 14 de outubro de 2010

TUPINAMBÁS , NOSSOS ANTEPASSADOS...








COMO ERAM OS TUPINAMBÁS....Os primeiros moradores de Ubatuba , até então conhecida como Aldeia de Iperoig era os Tupinambás, oríundos da raça Tupi-Guarani, instalara-se nesta faixa litorânea, usufruindo as vantagens da amenidade do clima, da fertilidade do solo e do antepasto da Serra do Mar, que os isolava das surpresas do planalto, eram índios guerreiros , ferozes, antropófagos. Índios conhecidos até então pelo seu pacifismo, mais preocupados do meio estável em que viviam, do que as tribulações e conseqüências da luta armada, sabe-se que, de 



preferência, localizavam suas tabas em pontos altos, nas margens dos rios, onde a defesa e não o ataque,e, consequentemente, a sobrevivência lhe era mais fácil, eram homens altos, fortes, de compleição atlética, e mulheres de tez moreno-bronzeada e corpos bem delineados, andavam inteiramente nus – homens e mulheres – tendo apenas sobre o corpo pintado com jenipapo, urucus e outras tintas silvestres, e ornados com cocares a que chamavam de enduapês, e adereços vários confeccionados com penas multicoloridas, de pedriculas rutilantes que catavam no fundo das corredeiras e de recortes de peles que obtinham das caças dos animais que enriqueciam a exuberante fauna da região.
Os tupinambás eram alegres, folgazões, amantes da música e da dança, eram exímios executores de instrumentos de sopro e de percussão, com que cadenciavam suas cantarolas, nos freqüentes folguedos regados de cauim, uma espécie de aguardente que preparavam com mandioca fermentada.
Apesar de selvagens, surpreendiam mantendo perfeito asseio corporal, banhando-se uma ou mais vezes ao dia. Tinham aguçado instinto de defesa, pelo faro pressentiam a aproximação dos inimigos, nunca se perdiam no emaranhado das matas, deixavam sempre o caminho marcados por ramos quebrados ou marcando caminhos com seixos (pedras) em sinais convencionais. Em retirada ou em marcha para qualquer sitio, muitas vezes caminhavam de costas, fazendo com que os componentes do grupo repisassem as pegadas, a fim de enganar o adversário. Desconfiado a príncipio, mas dócil e franco logo depois, se ludibriado, revoltava-se, não respeitando tratos , ajustes ou considerações. Ásperos, agrestes, incultos , extremamente ciosos de sua liberdade, destemidos e bravos nos combates , cruéis na vingança, sobranceiros frente a morte, tinham os tamoio todos os defeitos dos selvagens, mas, ao mesmo tempo agasalhavam consigo reconhecidos sentimentos de nobreza e generosidade.
Além da caça e da pesca, que praticavam com rara habilidade, manejando o arco e a flecha – o arco urapará e, a flecha hui – preparando engodos e armadilhas de várias modalidades, dedicavam se também a alguma lavoura, plantando milho, mandioca, abóbora, feijão e batata, alem de manterem pequeno pomar onde sobressaiam bananeiras, ananazes, goiabeiras e outras árvores frutíferas, não se descuidando do plantio do algodão e de outras plantas fibrosas, que beneficiavam e teciam para a confecção de redes, cordames e outros artefatos , muito deles legados aos pósteros e ainda hoje usados pelos caiçaras pescadores.
Das enormes embiruçus, cedros ou guapuruvus – árvores que, muitas delas, quatro ou cinco homens de mãos dadas não conseguiam circundar seus troncos – construíam igaras, canoas de lotação para até vinte ou mais pessoas, com as quais singravam os mares na labuta pesqueira, ou nas constantes viagens que faziam de praia em praia, em intercâmbio amistoso com tribos vizinhas.
Viviam assim pacificamente, despreocupados e felizes os silvícola desta região, até que surpreendentemente se virão atormentados e feridos nos seus direitos, sobretudo na sua liberdade, pelo branco colonizador dos núcleos vicentinos.


IMAGEN DO SITE  : www.almanarquebrasil.com.br


Texto do Livro  UBATUBA -  DOCUMENTÁRIO, de Washington de Oliveira 

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