A familia Imperial chega ao Brasil e o café á Ubatuba.....
Em 1808, novas auras passaram abafejar estas paragens, com as tropas napoleônicas sob o comando do general Junot, invadindo Portugal, a família real portuguesa foge para o Brasil.
Dom João VI , era ainda príncipe regente, trouxe consigo sua mãe , a rainha Dona Maria I , a louca e grande parcela da nobreza portuguesa, instalando-se no Rio de Janeiro, estabeleceu-se aqui o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Desmoronava-se para ele o trono europeu , mas fazia ergue-se aqui um outro em terra do Novo Mundo.
Procurando estruturar o novo reino, Dom João tomou inúmeras providências como : instalação de Tribunais, criação de Faculdades, casa da Moeda, , Banco do Brasil, Academia das Belas Artes, Jardim Botânico, Imprensa Oficial e, o que foi mais importante, abriu os portos brasileiros ao comércio estrangeiro, com grande benéfica repercussão na desolada situação em que estava Ubatuba.
Com isso, voltaram a velejar em nossa baia, novas e maiores embarcações , fazendo balançar no alto dos mastros bandeiras multicoloridas de várias nacionalidades. O comercio reascendeu suas atividades, os escravos voltaram as fazendas, onde ressurgiam os canaviais, milharais , campos de fumo, e já iniciava o plantio do ouro verde – o café, que, que mais tarde daqui seria transferido para o planalto.
Que introduziu o café no Brasil foi o Sargento Mor Francisco de Melo Palheta, em 1727, o qual cultivou no Norte do Brasil. Somente em 1760 é que foi transportado para o Sul, chegando ao Rio de janeiro e dali para alguns municípios do Estado do Rio de janeiro, Vale do Paraíba, Litoral Norte de São Paulo, vale dizer Ubatuba.
Caio Prado Júnior, por exemplo, afirma que os primeiros Municípios paulistas que se dedicaram ao seu cultivo foram: Ubatuba , Areias, Bananal e São Luiz do Paraitinga.
Se Marcelino Pereira Cleto cita Ubatuba, em 1782, como importante produtor de café, nos faz supor que tivesse sido introduzido pelo menos 4 ou 5 anos antes, para que tivesse tempo de se aclimatar , difundir e produzir em quantidade comercial.
Com a expansão do comercio via mar e terra, com o aumento da produção do “ouro verde” , o café, muitos estrangeiros, a maioria europeus, fugindo das guerras as quais eclodiam e várias regiões do continente europeu, fugiram , vindo alguns para o Brasil , em busca de refugio e uma nova vida, muitos desses estrangeiros, principalmente franceses e alguns ingleses, sendo que aqueles que aqui chegaram ( em ubatuba), adquiriram grandes extensões de terras e dedicaram-se a lavoura, especialmente na cultura do café.
O certo , porem, é que todos eles, brasileiros e estrangeiros, aprofundaram num labor intenso, já que apresentavam ótimas condições de recompensa às sua atividades.
O porto recuperou o movimento dos idos tempos, até mesmo com maior intensidade, passando a ocupar o primeiro lugar no Litoral Norte, bem superior ao de São Sebastião.
Nos dados de História do Café no Brasil, de autoria de Afonso de H. Taunay , encontramos grandes dados estatísticos referentes a exportação da Província de São Paulo, como se vê.
Em 1835 /1836, Ubatuba liderou a exportação e venda do café, ficando em 1 º lugar.
Em 1850/1851, Ubatuba ficou em 2 º lugar.
Em 1856/1857, novamente Ubatuba ocupou o 2 º lugar.
Quanto às Rendas Municipais :
Em 184l, Ubatuba ficou em 2 º lugar.
Em 1846, Ubatuba ficou em 1 º lugar.
Em 1851, Ubatuba teve a 2 º melhor arrecadação.
Em 1856, Ubatuba voltou a ficar com o primeiro lugar em Arrecadação .
É evidente que acentuado movimento do porto correspondia paralelamente ao movimento da Estrada que ligava Ubatuba ao Planalto, ou melhor, ao Vale do Paraíba, passando por São Luiz do Paraitinga e chegando em Taubaté.
O Presidente da Província de São Paulo, o célebre Conselheiro João da Silva Carrão, em 1865, julgava essa estrada, depois da de São Paulo á Santos ( caminho do Mar), o ramo de viação da Província que maior atenção devia merecer.
Com a grande movimentação de embarque e desembarque de diversas mercadorias, sendo na época a principal , o café, todo o trajeto compreendido entre a Vila e o porto da Prainha tornou-se pequeno para acolhera totalidade das tropas que desciam do Planalto, ressentia-se de espaço para o abrigo das numerosas embarcações que ali concentravam nas operações de embarques e desembarques. Já se voltavam com vistas para o Itaguá, para sanar –se assim os embaraços que surgiam.
Ao mesmo tempo em que acontecia o aumento dessa atividade , a qual trazia o desenvolvimento a Vila de Ubatuba , fazia-se necessário adaptar e melhorar a única estrada de penetração, a já referida estrada para Taubaté, a qual passava por São Luiz do Paraitinga, afim de que pudesse suportar o intenso tráfego de alimárias que demandavam nosso porto, transportando os produtos Serra a cima e voltavam trazendo produtos manufaturados , importados de praças européias.
Texto resumido do Livro UBATUBA DOCUMENTÁRIO, de Washington de Oliveira
Texto resumido do Livro UBATUBA DOCUMENTÁRIO, de Washington de Oliveira
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