O livro é uma viagem pelo tempo e pelo cenário ubatubense, desde o tempo dos povos primitivos e seus costumes, até os dias de hoje, com seu grande
potencial turístico
Ubatuba - Em seu 368º aniversário, Ubatuba ganha um presente que marca toda a sua trajetória. Trata-se do livro Ubatuba - Espaço, Memória e Cultura, que
será lançado no próximo dia 27, véspera do aniversário, no Casarão da Fundart.
Essa obra que possui uma dupla perspectiva - a visão nativa de Jorge Otávio
Fonseca e o olhar estrangeiro de Juan Droguett - reconta a história da cidade,
desde as sagas indígenas, até os dias de hoje. Uma grande pesquisa foi
realizada com o objetivo de sistematizar informações sobre grupos humanos que
formaram Ubatuba.
Segundo o escritor Juan Droguett, a cultura ubatubense é reconstruída no ápice
de três âncoras. A primeira delas é o espaço natural, ressaltando Ubatuba como
um lugar privilegiado, onde se conjugam a serra e o mar, numa perfeição
climática, marcada ora pelo sol, ora pela chuva. O espaço é estendido à
arquitetura e ao patrimônio cultural remanescente da colônia, do império e de
todas as fases da história do Brasil. Mas é o "espaço humano" que ganha
destaque nesse livro, quando os autores reconhecem no multiculturalismo dos
habitantes de Ubatuba, um traço das identidades indígenas do tronco tupi, dos
imigrantes europeus, bem como os migrantes de distintos pontos do território
nacional, quilombolas e caiçaras, que desenham nestas terras uma aquarela
racial do Brasil.
A memória é a segunda âncora da viagem proposta nesse novo livro. Ela se
materializa na capa do livro, mostrando os primórdios do Brasil. Droguett
explica que a capa traduz, em mensagens diretas e subliminares, um pouco do
que o conteúdo do livro mostra, fazendo referência aos guerreiros
Tupinambá. "Na imagem, um índio de costas ostenta suas reduzidas vestes feitas
de penas, das mais prezadas aves da região e colhidas a rigor. Esse tupinambá
aponta o arco e a flecha para o nome de Ubatuba, escrito em vermelho, da
outrora Aldeia de Iperoig. As palavras "espaço e cultura" vão escritas em
preto e a "memória", também escrita em vermelho, simboliza o sacrifício
sagrado dos tupinambá, que, com seu espírito de valentia, escreveram com
sangue, o mais belo poema em defesa destas terras".
A cultura é a terceira âncora do livro, homenageando os diversos grupos
humanos que por aqui passaram e os que ainda vivem. Esse é o traço mais
autêntico que liga Ubatuba à memória ancestral, representada no livro, na
mitologia e na transformação cultural ocorrida com o tempo.
O livro Ubatuba - Espaço, Memória e Cultura demonstra sua relevância na
história da formação do Brasil. O selo do CNPq, Conselho Nacional de Pesquisa é um sinal do reconhecimento que este livro obtém como produção científica importante para o desenvolvimento cultural da cidade de Ubatuba, na qual se ancora esta obra documentária. Por essa razão, Jorge Otávio e o Professor Doutor Juan Droguett encontraram fortes parcerias para o amparo à pesquisa. A Prefeitura da cidade, a Universidade Paulista - UNIP de São Paulo e a UNITAU aparecem como apoiadores dessa obra.
Os autores - Jorge Otávio Fonseca nasceu e vive até hoje em Ubatuba, é
estudante de Administração em Hotelaria e Turismo da Universidade de Taubaté.
Segundo ele, essa idéia surgiu como forma de contribuir com a cidade onde
nasceu e dar a Ubatuba a visibilidade que ela merece. "Ubatuba tem uma
história riquíssima, uma cultura popular expressiva e um grande potencial
turístico. Precisamos valorizar, preservar e registrar essas características",
afirma Fonseca.
Juan Droguett, espanhol, é professor titular de Mestrado em Comunicação da
Universidade Paulista - Unip e líder do Grupo de Pesquisa em Cultura Midiática
e Turismo. Pós-doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da USP. Ele publicou diversos livros na área de comunicação, educação e
psicanálise no Brasil e Espanha. Droguett conta que foram dois anos de
pesquisa para reconstruir a história e a imagem de Ubatuba no cenário
nacional. "Consultamos uma vasta bibliografia, colhemos depoimentos de
caiçaras, fizemos comparativos com a experiência e o referencial do turismo
estrangeiro." (Fonte: PMU)
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