quarta-feira, 21 de julho de 2010

UBATUBA E SUA HISTORIA....

ilha

Em 1904 o Governo do Estado decidiu fazer da ilha uma Colônia Penal Correcional, um presídio para manter os mais perigosos criminosos do Brasil. Com capacidade para trezentos detentos, em 1908 o presídio se concretizou, onde ergueu-se uma pedra comemorativa com a inscrição: “Colônia Correcional do Porto das Palmas”. Em 1914 a colônia foi desativada.




Depois, em 1926, o Governo Paulista enviou para a Ilha russos, também presos políticos. Um fato terrível aconteceu com esses estrangeiros: morreram mais de cem, envenenados com mandioca brava de fazer farinha, tirada das roças abandonadas dos caiçaras. Com isso, o governo mandou-os de volta à sua Pátria.
A Ilha, durante um período, foi chamada de “Ilha dos Porcos”. Era um nome de cunho pejorativo, que durou até 1934. Em comemoração ao quarto centenário de nascimento de Padre José de Anchieta, a Ilha passou a se chamar “Ilha Anchieta”, e o presídio “Instituto Correcional da Ilha Anchieta”. 
Em 1945, chegou à Ilha outro grupo. Eram presos políticos, de um grupo chamado SHINDO ROMEI. Ideologistas japoneses que executavam seus compatriotas, aqui no Brasil, por considerá-los amigos dos brasileiros e, por conseguinte, traidores do Japão. 
O fato mais marcante na ilha foi o dia 20 de junho de 1952. Tinha mais de quatrocentos e cinquenta presos na Ilha. Uns faziam comida, outros cuidavam da limpeza, tinha os que eram servos nas casas dos servidores e tinha também a turma que cortava lenha nas matas das redondezas. Foi nessa história de cortar lenha que começou o motim. O preso de apelido “Portuga” foi quem elaborou todo plano da rebelião para fugirem do presídio da Ilha, reunido com João Pereira Lima, China Show, Gerico, Ildefonso, Mocoroa, Sete Dedos, Diabo Loiro e outros dos mais perversos bandidos do país. 
Portuga revelou seu plano: No dia 20, mais de 100 presos saíram para transportar a lenha já cortada no dia anterior, tendo como escolta apenas dois soldados e dois funcionários do presídio. Diante da amizade e descontração que foram cuidadosamente planejadas entre os presos para com os policiais, em certa hora Pereira Lima retirou o fuzil do soldado e, lá na mata, mataram os dois soldados, amarraram os dois funcionários e se dirigiram para o presídio. Com as armas de fogo dentro de feixes de lenha, passaram, como sempre, em frente ao quartel onde, em golpes súbitos, atacaram, atirando e matando os policiais que faziam a guarda. Dominaram a sala de armas e tomaram conta de tudo. Muitos soldados morreram tentando defender o quartel. A vitória dos presos foi completa. Foi a maior rebelião do mundo na época; foi preciso a Polícia Civil, Marítima, Polícia Militar de São Paulo e Fluminense, além da Marinha, Exército e Aeronáutica, para capturar e acabar com a rebelião. 
Dos resultados dessa tragédia, fugiram 129 presos, sendo 108 recapturados, morreram 18 presos, 8 policiais, 2 funcionários civis.

TEXTO DE JULINHO MENDES
FONTE DE PESQUISA :  www.ubatubaemrevista.com.br

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