LITORAL VIRTUAL
Terça-feira, 01 de julho de 2003 - Nº 813
Os areeiros de Ubatuba passaram a última quarta-feira, dia 25, em frente à prefeitura esperando para serem atendidos pelo prefeito Paulo Ramos, na tentativa de obter uma solução para o problema que enfrentam há cerca de 70 dias. De acordo com José Roberto Cunha Bueno, cerca de 300 famílias passam dificuldades devido ao fechamento dos portos, onde os profissionais realizam a extração de areia. A medida foi uma determinação da Justiça e foi cumprida pela Polícia Ambiental.
Logo que aconteceu o fato, os representantes da categoria estiveram reunidos com o prefeito que se prontificou a intermediar a situação junto à promotoria do Meio Ambiente. Porém, dez dias após a primeira notificação eles foram impedidos definitivamente de continuar o trabalho. A partir de então, as dificuldades começaram.
Com o passar do tempo, a única alternativa apresentada foi a da formação de uma cooperativa que permitisse obter as licenças ambientais que possibilitassem-lhes retomar suas atividades. Como o processo é demorado, a situação foi se tornando insustentável. Muitas famílias já tiveram a água e a luz de suas casas cortadas; outras, estão com contas vencidas e preocupadas pela possibilidade de terem suas situações pioradas. A alternativa encontrada foi ir à prefeitura em busca de uma nova audiência com o prefeito.
A expectativa, segundo Bueno, era ser recebido de maneira rápida pelo chefe do Executivo, porém o que se viu foi uma espera que se estendeu das 7h30 até às 17h50, quando Paulo Ramos chegou ao gabinete. Neste intervalo, eles foram atendidos por alguns assessores que não apresentaram solução para o caso. Bueno garante que o assessor de Assuntos Externos, Mauro Barros, por exemplo, chegou a dizer que eles deveriam fazer um movimento em frente ao Fórum, já que o problema teria sido ocasionado por uma decisão da Justiça. Durante a espera, o grupo formado por cerca de 20 areeiros recebeu o apoio do vereador Charles Medeiros (PSDB) que forneceu marmitex para que pudessem almoçar.
Ao chegar, o prefeito apresentou algumas alternativas para atenuar o sofrimento dos profissionais.
Para a questão da energia elétrica, ele se dispôs a enviar ao Guarujá, regional da empresa, alguns assessores para acompanharem uma comissão de até dez trabalhadores, para negociar um prazo maior das contas vencidas. No caso das casas que já estão com a luz cortada, ele teria se prontificado a apresentar uma solução para providenciar o pagamento das contas e o religamento da energia.
Sobre a alimentação, o prefeito teria determinado ao secretário de Assistência Social, Edson Alves, que dê uma atenção especial ao caso. Como está prevista, para o próximo dia 10, a chegada de um novo lote de cestas básicas para a secretaria, a categoria seria beneficiada com um atendimento que permitisse minimizar os problemas com a comida que tem faltado já em muitas mesas.
Sobre propostas de trabalho, o prefeito se prontificou a elaborar uma carta de apresentação, acompanhada de um pedido, para que as empreiteiras que prestam serviços no município dêem prioridades aos areeiros desempregados no momento de novas contratações.
Após a conversa, os que estavam em frente a prefeitura decidiram retornar para suas casas.
Cooperativa
Sobre a formação da cooperativa, Bueno disse que tudo está caminhando dentro dos trâmites legais. Porém, é uma solução a médio e longo prazos, já que será preciso também esperar a realização de estudos por parte do governo do Estado e da Prefeitura, para saber quais serão os portos que serão liberados para a extração de areia, após a finalização da regulamentação da cooperativa. (Fonte: Jornal A Semana)
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